Empresários moçambicanos denunciam escassez de divisas no mercado financeiro

Empresários moçambicanos denunciam escassez de divisas no mercado financeiro

O sector privado moçambicano, representado pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), voltou a alertar para a falta de moeda externa no mercado financeiro nacional.

A escassez de divisas tem dificultado operações empresariais, especialmente na indústria transformadora e no turismo, afetando a importação de matérias-primas e a emissão de bilhetes aéreos por companhias internacionais.

Durante uma conferência de imprensa realizada nesta quinta-feira (06), a CTA contestou a posição do Banco de Moçambique, que alega haver disponibilidade de divisas como dólares, euros e rands para transações.

O presidente da CTA, Agostinho Vuma, apresentou dados que indicam uma queda drástica nas operações de permuta de liquidez entre bancos comerciais, atingindo um mínimo histórico de 5,5 milhões de dólares no segundo trimestre de 2024.

A CTA também denunciou que bancos comerciais estão acumulando moeda externa, em vez de repassá-la ao mercado. 

Em 2024, cerca de 1,8 mil milhões de dólares foram absorvidos pelos bancos, enquanto os ativos externos líquidos das instituições financeiras caíram 12,8% em um ano e 47,5% nos últimos dois anos.

Além disso, há registros de faturas submetidas para pagamento que não foram processadas pelos bancos, prejudicando diversas empresas.

Diante da crise, a CTA pede que empresas com pendências superiores a 90 dias enviem suas solicitações para que a entidade interceda junto ao Banco de Moçambique. 

No passado, a CTA já apresentou uma lista de empresas com faturas não pagas, totalizando 402 milhões de dólares no terceiro trimestre de 2024, mas até o momento, não recebeu uma resposta concreta do Banco Central. Leia Mais...