TotalEnergies financia tropas ruandesas em Cabo Delgado sem envolver o governo moçambicano, apontam redes sociais

TotalEnergies financia tropas ruandesas em Cabo Delgado sem envolver o governo moçambicano, apontam redes sociais

Informações que circulam nas redes sociais indicam que a multinacional francesa TotalEnergies está a financiar diretamente a presença militar do Ruanda em Cabo Delgado, sem qualquer envolvimento formal do Governo de Moçambique.

A revelação levanta sérias preocupações sobre a soberania nacional e a transparência na gestão da segurança na província, onde persistem ataques terroristas e disputas geopolíticas ligadas à exploração de gás natural.

De acordo com relatos amplamente compartilhados, a TotalEnergies, líder no projeto de gás natural liquefeito (GNL) na Bacia do Rovuma, estabeleceu um acordo através da empresa privada Radarscape, responsável pela coordenação da segurança no terreno.

A Radarscape, segundo documentos divulgados, tem 99% das ações controladas pela subsidiária Macefield Ventures e 1% pertence a Jean-Paul Rutagarama.

Pagamentos diretos e exclusão de Moçambique

As informações sugerem que a TotalEnergies assumiu o financiamento das tropas ruandesas para garantir a estabilidade na região do projeto, sem um acordo formal entre a empresa, o governo moçambicano e o Ruanda.

Especialistas alertam que essa decisão pode comprometer o papel das Forças de Defesa e Segurança (FDS) na proteção do território nacional, criando um precedente onde multinacionais passam a definir estratégias militares em áreas de interesse econômico.

Impacto político e o silêncio do governo

Até ao momento, o governo moçambicano não se pronunciou oficialmente sobre o suposto financiamento das tropas ruandesas pela TotalEnergies.

No entanto, analistas políticos argumentam que esse cenário coloca Moçambique numa posição vulnerável, uma vez que já recebe apoio militar de países da SADC e da União Europeia no combate ao extremismo.

A presença do Ruanda em Cabo Delgado tem sido marcada por uma atuação militar direta e autonomia operacional, levantando dúvidas sobre os interesses estratégicos por trás desse envolvimento.

A situação, amplamente debatida nas redes sociais, sugere uma "privatização da segurança", onde empresas estrangeiras passam a ditar a gestão militar de territórios economicamente estratégicos.

O futuro da TotalEnergies em Cabo Delgado

A TotalEnergies suspendeu suas operações em Cabo Delgado em 2021, após ataques insurgentes em Palma, mas continua a desenvolver estratégias para retomar o projeto de gás natural liquefeito (GNL).

O suposto financiamento da segurança privada e as novas movimentações militares na região são interpretados como sinais de um possível regresso da petrolífera francesa às atividades.

A questão que agora domina o debate nas redes sociais é: o financiamento direto de tropas estrangeiras pela TotalEnergies enfraquece a soberania de Moçambique?

O governo moçambicano manterá silêncio sobre este caso ou irá intervir para garantir transparência e controle sobre a segurança do país? Leia Mais...