Justiça dos EUA ordena Manuel Chang a pagar mais de 42 milhões de dólares ao banco russo VTB no escândalo das dívidas ocultas
O ex-ministro das Finanças de Moçambique, Manuel Chang, foi condenado por um tribunal de Nova Iorque a indemnizar o banco russo VTB Capital em 42,2 milhões de dólares, no seguimento do escândalo das dívidas ocultas que abalou o país.
A sentença foi emitida na última sexta-feira, reconhecendo o papel de Chang na concessão de garantias soberanas ilegais que viabilizaram empréstimos fraudulentos a empresas estatais moçambicanas.
Entre 2013 e 2014, as empresas PROINDICUS, EMATUM e MAM, criadas pelo Serviço de Inteligência do Estado, receberam mais de dois mil milhões de dólares dos bancos Credit Suisse e VTB. O financiamento só foi possível graças às garantias assinadas por Chang, que violaram as leis orçamentais nacionais.
A maior parte dos fundos nunca chegou ao país, sendo direcionada à Privinvest, uma empresa dos Emirados Árabes Unidos, que superfaturou ativos e distribuiu subornos, incluindo sete milhões de dólares a Chang.
A decisão judicial também responsabiliza três banqueiros do Credit Suisse, que deverão pagar dezenas de milhões ao VTB. Andrew Pearse foi condenado a pagar 264,1 milhões, Surjan Singh, 35,2 milhões, e Detelina Subeva, 10,5 milhões.
Outros envolvidos, como o libanês Najib Allam, e os moçambicanos Teófilo Nhangumele e Carlos do Rosário, seguem em situação judicial pendente ou em cumprimento de penas em Moçambique.
Este desfecho marca um passo decisivo no esforço internacional por justiça no maior escândalo financeiro da história moçambicana, reforçando a vigilância sobre crimes económicos de alto nível. Leia Mais...
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