M23 Apresenta Condições Rígidas nas Negociações de Doha e Avisa: "Paz Só com Concessões de Kinshasa"
As negociações de paz em curso em Doha, no Qatar, entre representantes do movimento rebelde M23 e autoridades internacionais estão a ganhar contornos cada vez mais tensos. O grupo armado, que controla vastos territórios no leste da República Democrática do Congo (RDC), apresentou um conjunto de exigências que, segundo os seus líderes, representam condições inegociáveis para o fim imediato do conflito que assola a região do Kivu.
Entre os sete pontos apresentados pelo M23, destacam-se a instituição do federalismo como novo modelo de governação na RDC e a formação de um novo exército nacional, o que na prática representaria uma reestruturação profunda do poder militar no país. O grupo também rejeita qualquer proposta de retirada das áreas que ocupa atualmente no Kivu, consolidando sua presença como força política e territorial ativa.
Outro ponto que eleva a tensão é a exigência relacionada ao presidente congolês Félix Tshisekedi. Segundo os representantes do M23, sua saída do poder é uma condição central — embora o grupo aceite sua permanência até dezembro de 2026, desde que Kinshasa autorize imediatamente a reabertura dos bancos nos territórios sob controlo rebelde.
O M23 também pede o cancelamento de todas as condenações judiciais impostas aos seus membros, além de duras sanções contra qualquer cidadão congolês que adote posturas tribalistas, independentemente da etnia a que pertença. Por fim, exigem ainda a devolução integral de todas as propriedades pertencentes ao grupo, reivindicando direitos sobre ativos confiscados durante anos de confrontos.
“Se o governo congolês aceitar estes pontos, a guerra termina imediatamente,” declarou um porta-voz do M23 em Doha, deixando claro que a continuidade do conflito dependerá unicamente da flexibilidade de Kinshasa perante estas exigências.
As autoridades da RDC ainda não se pronunciaram oficialmente sobre os termos propostos, mas fontes próximas ao governo indicam que algumas dessas exigências podem ser consideradas excessivas e até inconstitucionais. Especialistas alertam que o impasse pode prolongar ainda mais uma guerra que já provocou milhares de mortos e milhões de deslocados na região.
Enquanto isso, cresce a pressão internacional por uma solução diplomática que evite a expansão da crise para além das fronteiras congolesas. Leia Mais...
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