Um alarme humanitário foi aceso nas últimas semanas, após virem à tona denúncias graves envolvendo cidadãos moçambicanos levados à Ásia sob promessas de emprego, mas que acabaram por cair numa rede de exploração brutal. Jovens e adultos estão a viver em condições análogas à escravidão moderna, em países como China e Laos.

No mês passado, o Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) deteve um grupo de moçambicanos no Aeroporto Internacional de Maputo, prestes a embarcar para a China com vistos turísticos. A ação interrompeu o suposto esquema, mas gerou represálias contra moçambicanos já recrutados e enviados anteriormente ao Laos.

De acordo com testemunhos apurados, os trabalhadores foram privados de documentos, forçados a trabalhar em minas por até 16 horas diárias, com alimentação precária e sob agressões físicas. Muitos deles afirmam ter sido atraídos com falsas promessas de salários na ordem dos 100 mil meticais, mas recebem quantias entre 5 mil e 8 mil meticais — quando são pagos.

A situação ganhou contornos ainda mais dramáticos após a detenção em Maputo, quando moçambicanos que se encontram no Laos passaram a ser castigados sob suspeita de terem denunciado a rede criminosa às autoridades nacionais.

O governo moçambicano faz um apelo urgente à população: não aceitar propostas de trabalho no exterior sem a devida verificação legal e institucional. O tráfico de pessoas é uma ameaça real e crescente que exige vigilância constante e cooperação internacional. Leia Mais...